sexta-feira, 14 de setembro de 2012

4ª e 5ª manga


O tempo instável e o vento mistral têm causado várias interrupções na “voabilidade” dos dias, e mais uma vez ficamos alguns dias sem voar. Nada de novo nos Alpes…
A 4ª manga desenrolou-se pela 1ª vez com céu azul, sem nuvens, mas com o andamento do costume. Um grande grupo na frente sempre com ritmo  altissimo, e vários fugitivos a tentar opções diferentes. No entanto ate ao final manteve-se sempre mais ou menos coeso.
Na penultima baliza houve finalmente a decisão final ao revelar-se bastante complexa a condição aerológica no local da baliza. A previsão indicava vento forte e durante a manga tínhamos vindo a verificar isso mesmo, com longas transições contra-vento a notar-se particularmente se se ficasse baixo. Aqui, fiquei sotaventado juntamente com um grupo de cerca de 20 pilotos e 50m fizeram a diferença entre quem conseguiu passar por cima do monte para o barlavento ou quem ficou no escoamento varrido e foi para o chão. Ainda assim consegui escapar ao sacar uma térmica muito derivada do fundo do vale e chegar ao golo, mas com bastante atraso para o grupo onde vinha até ali. O Ciby vinha também bem posicionado e com grande ritmo, a mostrar uma subida notável de forma e a adaptar-se ao local e ao estilo de voo por aqui (prego a fundo). No entanto acabou por sofrer um grande fechaço na saída da ultima térmica e com alguma má sorte perdeu o controlo da asa. Teve de lançar o paraquedas de emergência e aterrou em segurança e sem danos físicos. Apenas o ego ficou ferido, e o sentimento de que é possível voar ao nível dos melhores do mundo.

O resto da equipa entrou no end-of-speed.section um pouco mais tarde, num dia bastante duro em que entrou vento forte a dificultar a prova.

A 5ª manga foi arrancada a ferros num dia bastante frio e estável. A descolagem foi atrasada varias vezes mas finalmente la fomos todos para o ar. Subia-se menos e com mais dificuldade que nos dias anteriores mas na hora do start lá fomos todos. Na 2ª baliza entramos num vale que ainda não tínhamos voado antes e havia térmica forte mas sabíamos que no regresso teríamos de passar no mesmo percurso e com a velocidade que íamos, antevia-se uma parte chata. Aqui fizemos o tecto máximo do dia, cerca 2500m,  mas revelou-se muito duro e penoso o regresso. Bastante turbulência e vento forte de frente condicionaram esta parte da prova e o Roberto  e o Ciby acabaram por não conseguir passar no venturi de regresso ao vale principal. Aqui a condição também não estava fácil e a térmica estava bastante forte e turbulenta. Houve algumas “quase-colisoes” e foi necessária a maxima atenção e concentração na pilotagem da asa. A corrida continuava e o grupo da frente sempre a puxar forte. A próxima baliza era no sotavento da crista que delimita a passagem para o vale seguinte e foi feita com pouca altura para novo regresso á crista do meio do vale, onde sempre nos apoiamos nas transições entre balizas. Parecia que íamos sempre contra-vento e notava-se o dia a terminar já, com os topos da térmica a ficarem mais abaixo que no inicio da corrida. A transição do vale para a ultima baliza foi feita a optimizar as linhas e depois foi so encostar á crista do outro lado que nos levava quase á baliza. Mais uma vez as ascendentes bastante desordenadas dificultaram a subida e atrasei-me na saída para o golo. Cheguei com 11 minutos de atraso para o 1º num dia difícil mas em que ainda assim terminaram cerca de 80 pilotos. O numero diz tudo.. o Paulo Silva acabou por aterrar na zona da ultima baliza ao apanhar já a condição a morrer e com o vento a aumentar ainda mais.
Amanhã é o ultimo dia do campeonato, continuamos focados até ao fim.

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Manga 3 - 85km

Boas pessoal!

Hoje previa-se um grande dia de voo, o qual se veio a verificar.
Subimos cedo para a descolagem para termos tempo de fazer tudo com calma. 
Foi definida uma manga de 85km's com start ás 13h.
Descolamos cedo e foi fácil a subida aos 2200m, tivemos de aguentar na base da nuvem meia-hora pelo start na crista em frente á descolagem e a coisa não estava muito fácil, tudo na molhada e alguma turbulência.
Abertura do start, pata a fundo e vamos direito á 1ª baliza com algum vento de costas. A meio foi necessário enrolar, onde aqui, se destacaram dois grupos, um mais á direita e um pequeno grupo mais á esquerda, tendo o da esquerda tomado a decisão mais acertada, pois subiram mais e a trancissão para a baliza foi a melhor. Picada a baliza, meia volta, tudo a descer relativamente bem, onde o Roberto e alguns pilotos ficaram, pois em baixo o vento era mais forte e estavam mais baixos. Os dois grupos agrupam-se novamente, uns mais altos que outros e foi altura de encostar a uma crista para se subir. Vento forte de frente, sempre no boianço até ao final da crista, onde estava a térmica a bombar e era preciso segurar o tchan para se subir a +5. Saída p a 2ª baliza que ficava a 2km's da descolagem, de crista em crista, enrolando quando se apanhava térmica forte. Feita a 2ª baliza, foi tempo de encostar e ir andando na crista da descolagem, onde só se enrolou por cima das antenas e se foi á nuvem. A partir daqui o voo foi sempre feito acima dos 2000, debaixo de nuvem e só se enrolava térmica de +7. Chegados á 3ª baliza, já nossa conhecida (Cheval Blanc), nem foi preciso enrolar para 'quase' ;) se entrar dentro da nuvem a 3000, com umas pingas á mistura, sempre de pata a fundo.

 Picada a ultima baliza, tínhamos pela frente os ultimos 13km's até ao golo, que foram feitos sempre a direito, por cima das cristas, sem enrolar passando por muitos canhões, no qual se tinha de tirar o pé. O Paulo Silva, não teve a mesma sorte que os outros e acabou por aterrar a seguir á última baliza.
Continuamos em 15º e está tudo em aberto.
Amanha a coisa promete novamente.

Ciby

sábado, 8 de setembro de 2012

2ª manga válida e 3ª, cancelada

Boas!
Aproveitamos algum tempo livre para fazer um ponto de situação dos últimos dias.
Identificámos o que correu menos bem no 1º dia e subimos mais cedo para termos tempo de preparar com calma o material, comer, analisar as condições e definir a estratégia com tempo, sem pressas.
Sabíamos que o dia era novamente bastante instável mas uma inversão por volta dos 3000 e picos eliminava o risco de sobre-desenvolvimento das nuvens, tranquilizando um pouco quanto á questão dos cumulonimbus. Ainda assim os primeiros puffs começaram a surgir cedo, típico de um dia de "descambanço".
Para garantir a questão da segurança foi definida uma manga mais curta, cerca de 78km: duas idas-e-voltas no vale em frente de St. André, com final na crista do costume e aterragem na margem do lago. O spot é uma autêntica pista de corridas, permitindo várias opções e estratégias diferentes nas transições entre as balizas, com vários alinhamentos de cristas e todo o tipo de terreno desde alta montanha a pequenas colinas ou mesmo quase plano.
A descolagem pareceu-nos ser um pouco cedo demais e de facto houve bastantes problemas para subir na primeira térmica. Vários pilotos começaram a ficar baixo e foi com dificuldade que alguns se safaram. Pouco depois as condições melhoraram substancialmente mas infelizmente já tínhamos duas baixas: o Dinis e o Roberto, que descolaram com os primeiros e foram para o chão.
A corrida começou então como no dia anterior, com apoio nas cristas do meio do vale. O tecto estava mais baixo que no 1º dia mas ainda assim foi sempre pé na tábua. O regresso da primeira baliza era contra vento, mas sempre com apoio, a certa altura dois pilotos atravessam o vale para ir pela crista de fora e arrastam um grande grupo atrás mas a uma grande descendente obrigou quase toda a gente a voltar para trás e ir subir novamente no mesmo sítio da térmica anterior. Aqui foi possível recuperar algum tempo e os nossos pilotos chegaram-se á frente no ataque á 2ª baliza. Alguns spots estavam bem mexidinhos, com térmica forte mas turbulenta, a obrigar a manter o sangue frio e concentração total. No regresso á montanha grande - Cheval Blanc - atacámos o barlavento do monte onde sempre subimos no start, havia um fugitivo que liderava a prova com cerca de 2km de avanço e um grupo de 20 a 30 logo atrás. O Paulo e o Ciby tomaram uma opção que os atrasou ao tentarem ir subir no sotavento, que estava á sombra. A baliza foi feita a subir a direito pela encosta, em "dinâmico" a 2000m. Quem ficou a enrolar na térmica atrasou-se desnecessariamente e aqui definiu-se o grupo que chegaria á frente. O Nuno conseguiu colar aos outros 12-15 pilotos que arrancaram e entraram todos em menos de 1minuto no golo. A chegada foi como sempre de acelerador a fundo e com algum risco por estar perto da parede. Um grande assimétrico ainda assustou mas a asa recuperou sem entrar em configurações complicadas e foi carregar novamente no pedal até á linha de meta. O Ciby que vinha atrás, atacou a ultima baliza por outra via e acabou por ficar na sombra de uma grande nuvem, sem conseguir garantir o regresso e terminar a prova. O Paulo veio pela encosta da descolagem e chegou ao final mais tarde mas garantindo pontos importantes para a equipa num dia difícil. Estamos em 15º e ainda há muito campeonato pela frente.

De referir a fraca prestação - ou falta de sorte/concentração/tranguice - Francesa. A jogar em casa e com uma equipa teoricamente muito forte, estão muito abaixo dos lugares habituais e virtualmente já sem hipótese de qualquer lugar de relevo. A ver se com isto não tentam condicionar o desenho das próximas mangas.



O 3º dia anunciava algum risco de desenvolvimentos verticais, pelo que foi definida uma manga a fugir para a planície a oeste. Descolámos mas ainda antes do start foi cancelada devido a algumas nuvens já bastante ameaçadoras no percurso da prova. Pareceu-nos um pouco precipitado mas sendo a favor da segurança não temos nada a apontar.
Fomos ocupar o resto da tarde com umas corridas de catamarã no lago próximo. Rapidamente se viu que somos descendentes de marinheiros e navegadores, mas isso agora já dava para outra longa história :)

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

1ª manga, finalmente!

depois de vários dias de chuva...

Bem cedo ficou definida a manga, 103km numa ida e volta pelas cristas e a terminar com uma triangulação na zona de St. André. Já deu para perceber que vamos aterrar sempre em casa.
No inicio estava bastante estável e parecia difícil subir mas rapidamente a condição melhorou e toda a gente saltou para a crista em frente á descolagem , no meio do vale, para se posicionar para o start.
O inicio foi como o resto do voo, transições sempre a fundo de crista em crista e bem marcadas pelas nuvens que por esta altura já cobriam grande parte do céu.
Na passagem de um grande vale formaram-se dois grupos que tomaram decisões bastante diferentes. O Ciby foi pela esquerda, mais a oeste, e foi dos primeiros a picar a baliza mas esta decisão acabou por mostrar-se menos boa pois o grupo demorou muito tempo a subir novamente para atravessar o grande vale no caminho de regresso.
Todos os outros passaram pela direita, onde havia apoio de montnhas mais altas e com térmicas bem marcadas por cúmulos. Registos de +8m/s e base a 2900m. O regresso foi relativamente fácil e seguimos de crista em crista no sentido de volta.
Por esta altura o céu começou a tapar e grandes cúmulos cobriam de sombra zonas bastante grandes. As transições foram feitas contra vento em longos planeios, sem subir. no entanto ao ficar baixo, encostando ás encostas acabava-se por subir relativamente bem.
Por esta altura o Nuno ia no grupo da frente, cerca de 20 pilotos liderados pelo top pilot local, e piloto de testes da ozone, Russel Ogden.
O Dinis vinha um pouco mais atrás e o resto da malta na perseguição.
A zona de voo é realmente incrível e durante todo o percurso cruzámos com planadores, a voar em todas as direcções e a mostrar quais as zonas da nuvem que estavam a funcionar melhor. Muitos pássaros também. Há por aqui uma espécie de abutre bastante rara, o quebra-ossos. São uma ajuda preciosa nalgumas situações.

No ataque á 2ª baliza, o vento fazia-se sentir e apesar de se ir relativamente baixo tinha apoio nas cristas mas começou a ser notório que haveria sobre-desenvolvimentos. Os congestus previstos na análise meteo já se viam por aqui e por ali.
Mais uma vez o ataque á ultima baliza a ser liderado por Russ Ogden e o restante logo na cola.
A travessia dos últimos vales foi bastante rápida, há uma serie de cristas viradas a oeste onde foi só encostar e catrapumba, lá pra cima. Na tirada final fomos alcançados por um gupo vindo de trás que ganhou bastante mais altura e lucrou com o vento mais forte na camada de cima, vindo por isso com bastante mais velocidade. O vencedor iria ser discutido ao segundo. A linha de golo é um cilindro de 1000m da baliza que fica no topo do monte e por isso dá pra fazer abaixo da cota mais alta. Há no entanto que garantir o suficiente para encostar na zona que delimita o final.
O Nuno chegou em 12º, aterrou e pouco depois a manga foi parada devido a algumas nuvens na zona de voo estarem já a descarregar. De facto quem vinha atrás teve já alguns problemas com muita sombra mas principalmente chuva e inclusive granizo. O Paulo aterrou já no limite do parachutal, devido a ter a asa molhada, e o Roberto apanhou também com a nuvem a descarregar.
Vamos aguardar pelos resultados.

Os próximos dias prometem!

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Dia 3 - Cancelado

Terceiro dia do Campeonato Europeu de Parapente cancelado por más condições meteorológicas. Contudo a equipa fez um treino de voo de manha e outro ao final da tarde para reconhecimento da zona. Amanha e sexta espera-se grandes dias de voo. Finalmente vai começar realmente a corrida... ;)


terça-feira, 4 de setembro de 2012

Dia 2 - Cancelado

Hoje mais uma vez não se voou por falta de meteo favorável. Espera-se que amanha seja possível.

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Dia 1 - Europeu 2012

Dia cancelado por meteo não favorável.

domingo, 2 de setembro de 2012

Cerimónia de Abertura

Da esquerda para a direita: Daniel Carvalho, Dinis Carvalho, Roberto Torres, Paulo Silva, Eduardo Lagoa (Team Leader) e Nuno Virgílio
Hoje mais um dia de treinos mas com pilotos a aterrar cedo por condições meteo duvidosas. Seguiu-se briefing e cerimónia de abertura.

Amanha é o primeiro dia de prova. Não se prevê grande dia de voo, mas tudo é possível. ;)

Chegada e reconhecimento

Vista para a Vila de Saint André Les Alpes

Boa noite.

Estamos com alguns problemas no acesso à Internet, mas entretanto ficará resolvido. Para hoje (sábado) a meteorologia local não prometia muito mas ainda assim tivemos tempo para fazer um pequeno treino de reconhecimento no final da manha. O local parece ser fantástico para voar. Durante a tarde a chuva e a trovoada não permitiram voar. Aproveitamos para fazer as inscrições com calma e por tudo afinado.

Para os próximos 2 a 3 dias a meteorologia continua a não ser muito favorável, contudo pensamos que será possível voltar a voar.

Fiquem atentos. ;)